sábado, 22 de dezembro de 2012

16. O de Orgulho



Orgulho

Ainda a matinal névoa se levanta e já te abraço.
Sinto no coração o gelado frio
que a tua indiferença inverna no meu peito.
Serves-me vingança!
Serves-me-la fria, quão fria ela de si é,
apenas porque o meu olhar se desviou
quando teus olhos, inadvertidos, de mim precisavam.
Sei que às vezes de azedume são meus dias
E sofro.
E choro por isso e me arrependo.
Mas não me quedo de joelhos
que amor não é submisso.
Espero que o tempo se alie aos ventos
e te sopre a dor e a raiva e teus olhos brilhem
de novo.
Eu vou esperar.
De egoísta oráculo, consultas mil me obrigam
a não curvar minha espinha,
as minhas lágrimas esconder,
a minha tez imota se ficar,
estátua fria, tão fria quanto a tua indiferença.
Mas meu coração sangra.
Suspiro de ti e esmago o orgulho,
o vil orgulho.
Ide-te infame!
E, pela madrugada,
ainda a matinal névoa se levanta,
Já te abraço.


3 comentários:

  1. Belíssima foto, soberbamente legendada.

    Beijos.

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  2. Linda fotografia, como sempre, aliás! :)

    Uma grande beijoca e FELIZ NATAL para ti e todos os teus!

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  3. Olha o meu saudoso rio Sado, a minha saudosa Arrábida, pronto a Secil tambem lá está e a pontinha do Outão. que saudades de Setúbal e arredores...

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