terça-feira, 23 de julho de 2013

44. Q de de Quintilha



Quintilha

Nos fins de tarde em que o Sol pinta os céus de amarelo e púrpura é como se toda a vida eu fosse impuro, quiçá ateu. Serão os efeitos cromáticos que me alteram a alma e que só tu sejas a fonte da minha adoração? Os Deuses do Céu que me perdoem mas fizeram-te mulher e a mim homem e puseram no céu o astro-rei. Tudo se conjugou mulher, homem, luz e as cores do dia quando cai. Se romântico fora, correria até à linha do horizonte com um grão de areia capaz de parar a engrenagem que faz mover os astros e pararia o Sol no pôr-do-dito. E faria de ti a minha silhueta, realçaria os teus seios a contraluz e empurrávamo-nos contra o chão húmido da praia. E rebolaríamos na areia e faríamos amor contemplando o céu. E as suas cores.


Longe o dia cai no horizonte
Brilham fortes cores mistas no céu
Me confesso impuro, quiçá ateu
Por só a ti amar, ó minha fonte
E no areal te possuir, amor meu.

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