domingo, 26 de janeiro de 2014

46. S de Sofreguidão



Sofro de sôfrego que sou de ti fada branca dos meus sonhos.
Devoro, sôfrego também, os flocos de neve
que tombam e me gelam a alma
e há anjos de alvas plumas que tangem liras
e sorrisos.
Sôfrego de ti, sacudo o pó das noites
e atravesso a espuma dos anjos, mas tu,
de tão alva como eles fazes-me perder,
E perco-te.
Se te infiro, perscruto-me em labirintos
de nuvens, mais sôfrego ainda, e tropeço
em novelos de nada que orlam caminhos para nenhures.
Ouves-me respirar em suspiros cavados
como se esta sofreguidão de te ter
me esmagasse o peito
e feres-me de não te poder ter.
Consumamos de olhos bem fechados
num beijo
toda esta sofreguidão.


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