Montanha
E o vento soprava gélido e eu lá estava,
batia-me o coração num ritmo descompassado
e as minha
pernas tremiam.
A pele engelhava-se-me, mas eu não envelhecia.
Os homens paravam estarrecidos
e eu, confesso, tive ciúmes.
(Oh vil! oh reles! oh bastardo!
Não vales nada, ciúme infame...
Oh inquietude que não supero
Vade
retro mesquinha e torpe agonia).
Do lado da montanha soprava o vento.
Gélido e eu lá estava,
porque tu te impunhas e a ofuscavas.
Atrás de ti só a montanha que sopra ventos.
E outros homens te cobiçavam
E o biltre e ignóbil ciúme me arrastava
para a montanha, roubando-me de ti.
Gélido!
© Vítor Fernandes
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