sexta-feira, 1 de maio de 2015

58. G de Gabardine




Gabardine de sombras

Chovem-te incógnitas na equação da vida
e os teus limites são irresolúveis indeterminações.
Nos nevoeiros disfuncionais do teu futuro
nenhuma assíntota tem o poder de te guiar.
Oscilas em névoas sinusoidais
e uma humidade periódica
desliza nas linhas da tua mão.
Como se imaginário fosse o teu futuro
ele é repleto de complexas tonalidades.
Matematicamente caminhas
combinando as probabilidades do inêxito.
Sobram-te multiplicativas regras
para que te não percas nas sucessões de lama.
Tendes para um imensurável infinito
e não divides por zero as tuas esperanças...
E nem as vindouras sombras se desenham geométricas
nem te proteges como se gabardina fosses
contra o dilúvio de absolutas incertezas.

©Vítor Fernandes
09/03/2015