quinta-feira, 18 de abril de 2013

41. N de Nau



Nau

Navego em turbulentas águas
Revoltas nos elos do meu cérebro.
É um emaranhado fluido de ideias vagas,
Não, não são vagas as vagas que o inundam.

Se me faço ao mar afogo-me em presságios
Que melancolicamente percorrem a rosa-dos-ventos.
Se me fico pelo cais temo a vaga que se agiganta,
Não, não são vagas as vagas onde balanço.

Desfaço-me confuso na escuma de milhões de gotas
Já me escasseia o oxigénio que clareia o marujar.
E de nordeste cresce a imponente vaga,
Não, não são vagas as vagas do meu tsunami.

E nem a Nau que a porto me aporte, me aportará
Se a estibordo não há estrelas e bombordo não enxergo.
Então desfaleço na imensidão perpétua da cruel vaga.
Ah! Como não são vagas, as vagas que me aproam. 


sexta-feira, 5 de abril de 2013

40. M de Memorial



Equipamento original do escritório do grande escritor, prémio Nobel da literatura, José Saramago. Provavelmente desta máquina de escrever saiu o primeiro Memorial do Convento.