É tão grande a riqueza do vocabulário português que acho absolutamente despropositada a contínua discussão do Acordo Ortográfico
Paixão e sangue
Fora eu altiloquente
E dir-te-ia quanto
O meu coração, atormentado
e cruento
Se torna num efeminado
plangente.
Não, não são dislates,
É este desamoroso amor
Que dia a dia recrudesce.
Mas tu, tirana, nem notas
Quanto os meus olhos são
círios
Cuja eupatia os
transformam, por ora,
Numa apenas ténue luz.
E tu, encasulada qual
crisálida,
Cobrindo pudicamente
Teu púbis de encacho,
Numa lutulenta felonia
Verborreias balestilhas
Como se o sustentáculo
Da minha paixão
Fosse um cagalhão de
concupiscência.